Pelo menos 11 pessoas ligadas com o escândalo de corrupção na Petrobras investigado na Operação Lava Jato mantiveram contas na Suíça entre 2006 e 2007, com saldo total de US$ 110,5 milhões.
A informação foi revelada nesta sexta-feira (13) pelo blog do jornalista Fernando Rodrigues.
A informação faz parte do chamado Swissleaks,
um vazamento sobre contas secretas no país europeu mantidas pelo banco
HSBC, divulgado por meio de uma associação internacional de jornalistas.
Segundo o blog, do Brasil são 6.606 contas bancárias (que atendem a
8.667 clientes) e um valor movimentado entre 2006 e 2007 equivalente a
cerca de R$ 20 bilhões.
Entre os envolvidos na Lava Jato, Julio Faerman é quem manteve o maior
montante no HSBC suíço: US$ 20,8 milhões. Ele é apontado como
intermediador de propinas.
O ex-gerente da Petrobras e delator Pedro Barusco guardou US$ 1,9 milhão
na instituição. Em depoimento, Barusco já havia revelado que mantinha
contas no exterior e que 90% do total de propinas recebidas por ele
–algo entre R$ 40 mi e R$ 50 mi– havia sido enviada para bancos fora do
Brasil.
Oito executivos das empreiteiras Queiroz Galvão e Galvão Engenharia
também mantiveram contas no HSBC suíço, incluindo Dario e Eduardo de
Queiroz Galvão, ambos réus na Lava Jato.
Também o doleiro Raul Henrique Srour, suspeito de integrar o grupo do
doleiro Alberto Youssef, tem o nome na lista de correntistas do HSBC
–porém, nenhum montante está registrado em sua conta.
Ao blog de Fernando Rodrigues, todos os citados na lista do HSBC suíço
negaram os fatos ou preferiram não se pronunciar. Do advogado de Julio
Faerman, o blog não obteve resposta.
SWISSLEAKS
Os segredos do HSBC foram revelados nesta semana pelo Consórcio
Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ). Trabalhando com uma
equipe de 140 jornalistas em 45 países, os documentos mostram de que
forma o HSBC (Suisse) Private Bank ajudou clientes ricos a ocultar
bilhões de dólares em ativos: mais de 100 mil contas, em valor de quase
US$ 120 bilhões, estavam envolvidas.
Outros detalhes podem ser obtidos no site do ICIJ,
"Swiss Leak Data". Algumas das contas pertenciam a potentados árabes
como os reis do Marrocos e da Jordânia. Também havia milhares de
clientes da Suíça, da França, do Reino Unido, do Brasil (8.667) e da
Itália.
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