
Sex, 13/02/2015 às 18:45
Depois de ter enfrentado duas semanas de consecutivas derrotas
na Câmara, o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), decidiu fazer
um aceno ao governo e costura um acordo para entregar ao PT a relatoria
da CPI da Petrobras.
As negociações ocorreram nesta semana
entre Cunha, o líder do governo José Guimarães (PT-CE) e o líder do PT,
Sibá Machado (AC). Um interlocutor próximo ao peemedebista disse que o
acordo está praticamente fechado e que as indicações devem ocorrer na
semana após o Carnaval.
Depois do feriado, Cunha vai
procurar os líderes dos partidos que fazem parte do seu bloco de apoio e
defender que o melhor é entregar a relatoria ao PT. A ideia é tirar o
PT do isolamento em que se encontra na Casa, mas por outro lado deixar
ao partido o desgaste que o posto naturalmente ocupa.
Entre
os petistas ainda não há nome definido para o posto. Um dos cotados é
Vicente Cândido (PT-SP), deputado da corrente interna petista
majoritária Construindo Um Novo Brasil, a mesma do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva.
Com o aceno, o presidente da Câmara
também acaba por fortalecer Guimarães como interlocutor do governo e
isola ainda mais o ministro das Relações Institucionais, Pepe Vargas
(PT-RS), seu desafeto. Cunha se nega a aceitar Vargas como articulador
do Palácio do Planalto.
Pela costura, a presidência da CPI
deve ficar com um peemedebista. O convite foi feito nesta semana ao
deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), derrotado por Leonardo Picciani
(PMDB-RJ) por apenas um voto de diferença na eleição para a liderança da
bancada. O parlamentar da Bahia, no entanto, recusou a oferta por
considerá-la um prêmio de consolação.
O grupo que saiu
derrotado na disputa pelo comando da bancada culpa nos bastidores a
interferência de Cunha pelo resultado. Para evitar que o "racha" se
torne explícito, o presidente da Casa deve procurar Vieira Lima nos
próximos dias e tentar convencê-lo a aceitar o posto.
Requerimentos
A
oposição já prepara uma lista de pedidos e convocações que serão
protocoladas depois do Carnaval, quando a comissão será instalada. Hoje,
o PPS informou que pedirá a quebra dos sigilos bancário, fiscal,
telefônico e telemático do ex-ministro José Dirceu e das empresas onde
atua como sócio.
O anúncio do PPS ocorre após o depoimento
do doleiro Alberto Youssef, onde ele acusa Dirceu e o ex-ministro
Antonio Palocci de serem "as ligações" do lobista e operador de propina
na Petrobrás Júlio Camargo com o PT.
O partido já tem
pronto os pedidos de quebra de sigilo de todas as empreiteiras e
empresas fornecedoras da Petrobras que foram alvo da Operação Lava Jato.
O partido vai protocolar os requerimentos de convocação e a quebra dos
sigilos do tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, e do ex-diretor
de serviços da estatal, Renato Duque.
O PSDB também
prepara requerimentos à CPI e um dos primeiros alvos é o novo presidente
da Petrobras, Aldemir Bendine. O tucano Otávio Leite (RJ) pedirá a
convocação de Bendine e da direção da Alumini Engenharia, responsável
pelas obras do Comperj.
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